O RETORNO DO CHICO: nem farsa nem tragédia, apenas diferente

Francisco Mesquita
Francisco Mesquita

Por Francisco Mesquita

Muitos esperantinenses ptistas, não ptistas, aliados e adversários do governo Chico Antônio estão a se perguntarem: se o Chico Antônio voltar à prefeitura como será a retomada de seu novo governo? Esta simples pergunta suscita duas linhas distintas de respostas: a primeira é um caminho mais fácil: dar continuidade à política administrativa como vinha sendo praticada, mantendo a mesma assessoria, o mesmo estilo de gestão, o mesmo ritmo de trabalho, etc. Outro caminho, trabalhoso e áspero, será a realização de mudanças profundas no jeito de administrar. Ou seja, afastar-se do modo administrativo tradicional-conservador e aproximar-se de um modo inovador de governar que vem dando certo, nas ultimas décadas, em muitos municípios brasileiros, a exemplo de Fortaleza (CE), Recife (PE) e Porto Alegre (RS), entre muitos outros.

A receita é simples: inserir a participação popular na gestão da prefeitura em todas as instâncias, com conferências, audiências, plenárias e reuniões para debater os problemas municipais, e juntos descobrirem possíveis soluções; oportunizando, assim, o efetivo controle social e a transparência dos gastos da prefeitura por meio da prática do Orçamento Participativo. Fundamental, também, será adotar outra postura no estilo de se relacionar com a população, com os gestores e com a sociedade em geral; e desburocratizar o acesso ao prefeito, ouvir mais os munícipes, dar encaminhamento efetivo aos problemas que lhe são apresentados e cobrar soluções eficazes aos seus auxiliares.

É necessário, por exemplo, por em prática o Planejamento Estratégico Operacional, que contém as prioridades, as metas e as ações a ser realizadas em 2011. Este, disponível desde fevereiro nos computadores da Secretaria de Administração e Planejamento, sob responsabilidade do secretário, que nem sequer o distribuiu para as demais secretarias da prefeitura.

O que está se dizendo, portanto, é que uma eventual retomada do governo do Chico Antônio precisaria ser diferente daquele praticado até o momento de sua saída. Deveria ser um novo governo!

Nesse sentido, Karl Marx, em seu livro “O 18 Brumário”, onde analisa o período revolucionário francês e o governo de Bonaparte, no século XIX, abre a discussão se referindo ao filósofo Hegel, que teria afirmado: “os fatos e personagens de grande importância na história do mundo, ocorrem, por assim dizer, por duas vezes”, e acrescentou Marx: “a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”. Assim, espera-se que uma eventual volta do Chico Antônio à prefeitura não seja nem como tragédia e tampouco como farsa, porém, um governo efetivo, reto, corajoso e implacável com os limites administrativos. Daí o imperativo de operar mudanças na gestão, no modo de conduzir a prefeitura e no seu jeito de fazer política. Pois uma expressiva parte da população esperantinense parece estar cansada das tragédias e farsas políticas a que foi submetido aquele município ao longo de anos, e isto, por si só, justifica as mudanças.

Para que isto aconteça, será necessária uma repactuação da aliança partidária que levou o Chico à prefeitura. (Re)acordar e distinguir, por exemplo, o papel dos partidos na relação com o governo local (que é de garantir a governabilidade); definir a função de aliado tático e aliado estratégico na construção e condução de um projeto para Esperantina; e clarear o papel da sociedade civil organizada e das instituições públicas governamentais, um capital social e institucional fabuloso até então pouco aproveitado. Em resumo, um governo que promova uma “concertação” (argumentação, combate, debate, acordo, pacto) pelo desenvolvimento de Esperantina.

Sem comentários
  1. Anônimo diz

    Prof. Mesquita, acho que voce traduziu corretamente o pensamento de muitos esperantinenses, principalmente o meu, que espero sim a volta de Chico, e espero mais ainda que venho acompanhada pela mudanças tao bem apresentadas por voce. Ou seja que o Chico tomo o segundo caminho apontado por voce, que será “trabalhoso e aspero” mas necessário para resgatar Esperantina e o seu governo deixar realmente a marca. A aplicação do que foi planejado e a exigencia cotidiana por eficácia e eficiencia em sua aplicação fará com que Esperantina tome seu caminho novo, mas tudo isso tambem depende da “concertação” que o Chico precisa implementar.
    Parabens pelas ideias, acho que alguem como voce é que precisa está presente nesse novo recomeço, nesse novo governo é o seu.
    Chico precisa de pessoas sérias ao seu lado, mas acima de tudo precisa de pessoas eticas e comprometidas com um projeto que seja de todos, que pense em uma nova Esperantina e possa se livrar de sanguessugas, que mesmo aliados so pensam em suas “burras”. Que possamos viver isso ainda.

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