OPINIÃO: Imprensa local: crítica ou criticada?
Por Macelino Keliton / Espaço Geográfico
“O trabalho de um critico é fácil. Arriscamos-nos pouco. Temos prazer em avaliar com superioridade os que nos submetem seu trabalho e reputação. Ganhamos fama com críticas negativas que são divertidas de escrever e ler. Mas a dura realidade que nós críticos devemos encarar é que no quadro geral a mais simples porcaria talvez seja mais significativa que a nossa crítica”. Aqui está a mais autocrítica já vista por este que vos escreve.
E assim começo meu relato sobre meu desdém da atual situação por qual a imprensa cigana se encontra, apesar de que a mesma nunca encontra um caminho fácil para divulgar o que realmente importa, para mostrar seu verdadeiro motivo. Neste caso sempre puxa para um lado. E o lado sempre é o da situação.
Há tempos não via uma situação onde a imprensa é calada e desviada de suas funções no passar de um 31 de Dezembro. Não foi mágica. Foi apenas um “abre o olho” para tentar diminuir os destroços causados pela péssima imagem construída em pequeno período de tempo.
Sabemos que esta incrível ferramenta de propagação de informação é feita de homens que precisam sobreviver a cada dia de situações muito das vezes longe da realidade formal ou mesmo digna pela qual o ser humano possa passar. Da mesma forma que este canal – imprensa – pode ajudar a informar os mais distantes da realidade que os cerca pode também minimizar os impactos negativos provocados por ações e atitudes que não mereçam credibilidade por quem as ler ou ouve.
A atividade de compra existe entre necessidades por ambas as partes. A imprensa é um objeto capitalista, vive de negócios que dar verbas, lucros. E o que há dedar lucro nos dias atuais: política, funk, morte, religião, fome, corrupção, mulher pelada, venda da dignidade, medo ou tudo isso junto?
Os atores políticos na maioria das vezes procuram se aliar a algum meio de comunicação para divulgar suas benfeitorias e esconder/calar seus podres e opositores como forma de garantir uma boa imagem perante o público. Quase sempre dar resultados positivos. Muitas verbas são destinadas à consultorias na área da telecomunicação para a formação de um plano de mídia que possa aliviar as consequências de atos, digamos, longe do que deveria ser onde uma pessoa ou grupo de pessoas demonstraram serem incapacitados de gerirem uma boa administração para seus clientes e/ou usuários.
Penso que para criticar devemos ter antes de tudo coragem. Não precisamos ser totalmente corretos muito menos superiores, como as primeiras linhas desse texto demonstra, para termos algum motivo para discorrer uma crítica.
Muitos problemas existem em nossa cidade. Problemas que merecem críticas. E se vocês que me ler acham que deveria ajudar invés de criticar, saibam que minha primeira ajuda aos ‘nossos’ problemas é justamente minha percepção e liberdade de criticar. Não resolveremos problemas algum caso não saibamos qual problema resolver muito menos quando quem tem todas as ferramentas de solução não quer ajudar. Volto a dizer que não resolverão os problemas querendo calar a opinião pública, dos hoje taxados por vocês de “ptzada”e nem mesmo da minha. Não resolverão problemas querendo calar a oposição fazendo listas de perseguição à quem não está lendo a cartilha de boa conduta junto à atual situação.
Caso queiram me ver como inimigo, linguarudo, opositor ou até mesmo como crítico à atual governança que assim seja. Não posso mudar a opinião de quem não quer mudar para melhor, mesmo sabendo que em vida pública esta pressão sempre irá existir para o bem da democracia e tristeza e mediocridade da imprensa que vive a ser comprada com todo respeito a quem dela vive financeiramente.
“Sou o que eu penso, para vocês, sou o que eu transmito”.
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