Equatorial assume a Eletrobras Piauí e começa a operar no Estado
A Equatorial Energia assumiu hoje (17) a concessão para distribuir energia elétrica no Estado no lugar da Eletrobras distribuição Piauí. A empresa foi a vencedora do leilão realizado no dia 26 de julho e já obteve todas as autorizações necessárias para começar a operar o serviço no Estado. A previsão de investimento inicial da Equatorial no Estado é de R$ 720 milhões, que serão usados também para pagar parte das dívidas da Cepisa, que hoje acumula um débito de R$ 2,5 milhões.
De acordo com o presidente da Equatorial Energia, Augusto Miranda, um dos objetivos nesses primeiros anos é tornar a empresa economicamente viável, combatendo a inadimplência, reduzindo as perdas de energia (as ligações clandestinas ou “gatos”), além de planejar e executar medidas necessárias no processo de gestão, visando garantir investimentos para melhorias da energia e assim promover o desenvolvimento do Piauí.
A empresa passará por um processo de transição e as melhorias na qualidade de serviços. Segundo a Equatorial, os benefícios serão percebidos pelos consumidores ao longo dos próximos anos, sendo essa uma das principais metas da companhia.
“Uma das grandes metas nestes primeiros 180 dias, mesmo com toda dificuldade financeira, será trabalhar com intuito de reduzir a falta de energia e melhorar o prazo de retorno quando houver a falta. Acreditamos que assim conseguiremos ter uma melhoria na qualidade da energia para amenizar o calor nesta época do B-R-O-Bró”, afirmou Nonato Castro, que assumiu o cargo de presidente da Equatorial Energia no Piauí.
Redução da tarifa e caixa
De acordo com o Augusto Miranda, a Equatorial Energia está assumindo a Eletrobras Piauí com indicadores negativos e com cobranças da sociedade por melhorias na qualidade do serviço. “Nós estamos pegando uma dívida de R$ 2,5 milhões e a geração de caixa da empresa dos últimos três anos tem sido negativa. Nosso esforço é fazer investimentos para a Eletrobras Piauí respirar e colocar dinheiro no caixa”, disse.
Com relação à tarifa, o presidente da Equatorial pontuou que é a Aneel que indica se você vai ter reajuste. De acordo com ele, a empresa fica à mercê de um órgão regulador. “Precisamos dar um choque de gestão na empresa. Nós temos os modelos de gestão de meritocracia. Vamos ver quem é que realmente está afim de trocar esse jogo conosco nós vamos medir o esforço se cobrar resultados”, finalizou Augusto.
Insatisfação
Durante a coletiva da Equatorial, funcionários da Eletrobras Piauí se reuniram na porta da empresa com carro de som e cartazes em protesto. Eles alegavam que não há nenhuma segurança jurídica no fato de a empresa assumir distribuidora do Piauí, devido aos processos impetrados pela categoria contra a privatização, que tramitam na Justiça e que ainda não foram julgados.
Leilão
A Equatorial Energia foi a vencedora do leilão de privatização da Eletrobras Piauí acontecido em julho passado na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). O lance oferecido pela empresa teve um índice de deságio de 119 pontos. A Eletrobras Piauí foi vendida por R$ 50 mil, com capitalização de partida de R$ 720 milhões, valor este que deve ser investido pela Equatorial na distribuidora de energia do Estado.
A venda garantia também a redução de 8,52% na tarifa, mais o pagamento de R$ 95 milhões para a União. Vale destacar que a redução tarifária era o principal critério estabelecido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que considerou vencedora a empresa que ofertasse o maior desconto na conta repassada ao consumidor.
A empresa
A Equatorial Energia é uma holding de atua no setor elétrico brasileiro nos segmentos de distribuição, transmissão, geração de energia através de termoelétrica, e comercialização. A empresa é proprietária da Companhia Elétrica do Maranhão (CEMAR) e da Companhia Elétrica do Pará (CELPA).