Piauí será pioneiro de internet rápida com os balões gigantes de hélio do Google
Google e Ministério das Comunicações escolhem o Piauí, como o 1º no Brasil, para levar internet rápida com gigantes balões de hélio
A diretoria do Google e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, virão ao Piauí em junho para o Estado ser o primeiro do Brasil a ter balões gigantes de hélio equipados para transmitir sinais Wi-Fi e garantir o internet rápida em todo o território piauiense.
A implantação dos balões do Google no Piauí é uma experiência piloto, um protótipo para todo o Brasil e o resto do planeta.
O Google lançou no ano passado um projeto para levar internet a bilhões de pessoas que vivem em áreas remotas, pobres ou afetadas por desastres naturais, por meio de balões gigantes de hélio equipados para transmitir sinais Wi-Fi.
A companhia anunciou o programa, chamado “Project Loon”, em seu blog oficial, e pretende criar “uma rede de internet no céu”. Para isso, o Google usará balões de cerca de 15 metros de diâmetro que, graças à energia solar, subirão à estratosfera e ficarão unidos sobre uma zona específica graças a “complexos algoritmos e muito poder informático”, explicou Mike Cassidy, diretor do projeto.
“Ainda estamos na primeira etapa, mas construímos um sistema que usa balões, levados pelo vento ao dobro da altitude na qual voam os aviões comerciais, para proporcionar acesso à internet a velocidades similares ou mais rápidas que as das redes de 3G de hoje”, disse Cassidy.
Segundo o “capitão” desses projetos no Google X, apelidado de Astro Teller, o grande desafio do Project Loon foi “organizar os balões” por meio das correntes de ar da estratosfera para que se mantenham juntos, e garantir que “quando um abandonar o grupo, outro chegue para tomar seu lugar”.
O sistema consiste em uma série de antenas de internet que se conectam com um dos balões, que por sua vez se contatam ao resto e depois a uma estação terrestre que está ligada a um fornecedor da internet. Os balões filtram todos os sinais da internet para processar só os que procedam do projeto do Google, que pode também dirigi-los para que aterrissem em vários pontos designados e possam ser reciclados.
O fato de, na maior parte da estratosfera, os ventos circularem “de oeste a leste” permitirá eventualmente que “o balão que está acima da África do Sul possa passar acima da América do Sul”, explicou Astro Teller no vídeo do projeto.
O objetivo do Google é “começar um debate sobre como conseguir que 5 bilhões de pessoas que vivem em áreas remotas” se conectem à internet, explicou Cassidy, no site do Google.
O Google precisava da permissão dos governos dos países nos quais queira fazer circular seus balões, que ficam cerca de cem dias no ar e cujo sinal pode ser captado sempre que o receptor estiver em um raio de 38 quilômetros. Cassidy considera que o programa pode marcar uma grande diferença na maioria dos países do hemisfério sul, onde “o custo de uma conexão com a internet é superior ao da renda mensal”
Em novembro do ano passado, os diretores levaram a proposta de levar internet a lugares remotos ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o Piauí foi escolhido para ser o primeiro Estado a usar a tecnologia.
É como se o sinal do Wi-Fi comum, que atende uma área de 400 metros, fosse amplificado para um alcance de 25 km.Três pilares são fundamentais para o projeto: atender o máximo de pessoas simultaneamente e ter as maiores área de cobertura e velocidade possíveis. Quanto ao último quesito, o Ministério das Comunicações, seguindo o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), determina o mínimo de 1 Mbps por usuário, o projeto é para atender clientes corporativos (incluindo o governo) e provedores de internet; nesses casos a velocidade seria de 20 Mbps, podendo chegar a 100 Mbps.