Cajuína do Piauí passa por crivo para revalidação em março
A população tem a oportunidade de participar do processo de revalidação do título da produção tradicional e das práticas socioculturais associadas à Cajuína do Piauí como Patrimônio Cultural do Brasil. A partir desta quinta-feira (20), está aberto um período de 30 dias para envio de sugestões sobre o parecer técnico favorável do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Extrato de Parecer Técnico foi publicado no Diário Oficial da União (DOU), e as contribuições podem ser enviadas até o dia 22 de março de 2025.
Como participar
As manifestações sobre a revalidação do título podem ser enviadas pelo e-mail [email protected] ou por correspondência para o Departamento de Patrimônio Imaterial, localizado no endereço SEPS 702/902, Bloco C, Torre Iphan – 3º Andar, Asa Sul, Brasília – Distrito Federal, CEP: 70390-025.
A revisão do reconhecimento ocorre a cada dez anos, conforme estabelece o Decreto nº 3.551/2000 e a Resolução Iphan nº 5/2019. Após o período de consulta pública, as sugestões serão analisadas pela Câmara Setorial de Patrimônio Imaterial, e posteriormente, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural decidirá sobre a manutenção do título.
A Cajuína e seu valor cultural
Símbolo do Piauí, a cajuína é uma bebida não alcoólica obtida a partir do suco de caju, do qual o tanino é removido através da adição de um agente precipitador e sucessivas filtrações. Esse processo, conhecido como clarificação, resulta em um líquido límpido que é posteriormente cozido em banho-maria até que seus açúcares se caramelizem, garantindo sua conservação por até dois anos.
O método tradicional de produção foi aperfeiçoado ao longo do tempo em diferentes núcleos produtores do estado, preservando características regionais que conferem identidade ao produto final.
Um patrimônio de encontros e tradições
Além da relevância gastronômica, a cajuína está profundamente enraizada na cultura e na hospitalidade piauiense. Historicamente, a bebida era ofertada como presente ou servida em ocasiões especiais, como aniversários e casamentos, consolidando-se como um elemento essencial nas interações sociais.
Registrada pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil em 2014, a cajuína representa não apenas uma tradição alimentar, mas também uma manifestação viva da identidade piauiense. A participação popular na revalidação do título é essencial para assegurar o reconhecimento contínuo dessa herança cultural.