O clima no diretório municipal do PSDB de Piracuruca, região Norte do Estado, é de “insegurança”. É o que afirma o prefeito e presidente da sigla na cidade, Raimundo Alves. Segundo ele, o ninho tucano no município tem sido perseguido e intimidado pelo presidente estadual da legenda, deputado Marden Meneses.
O presidente do diretório de Piracuruca se mantém no cargo após a realização de uma convenção que correu com o amparo de uma liminar concedida pelo juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE), Dioclécio Sousa da Silva. Raimundo Alves afirma que passou a sofrer perseguição política de Marden após decidir apoiar o deputado Wilson Brandão na eleição de 2014.
Segundo ele, Marden não aceitou a decisão e desde então acusa o grupo de Piracuruca de infidelidade. “O PSDB em Piracuruca tem quatro vereadores e o prefeito. O deputado Marden sempre dizia que eu era um ótimo prefeito, mas só foi eu votar no Wilson Brandão que o amor acabou e ele passou a me perseguir. Estamos sendo perseguidos e intimidados”, afirmou.
O diretório de Piracuruca passa por uma intervenção. Segundo o deputado Marden, o grupo teve um baixo desempenho nas eleições do ano passado. O prefeito contesta essa tese. “Existem 55 cidades que tiveram desempenho pior que Piracuruca e não sofreram nada. É o caso de Bom Jesus que só atingiu 1% da meta. Nós chegamos a 5,66% dos 6% estabelecido pela resolução nacional. Porque não fazer o mesmo com os municípios que tiveram 1% ou 2%?”, questiona.
O prefeito afirma que continua à frente da legenda devido uma liminar, mas teme a qualquer momento perder o posto. “É muito ruim fazer parte de um partido que tem um presidente que persegue. Ele faz isso por ele e não para melhorar o PSDB. Depois eles reclamam que o partido não é forte no interior, mas com um presidente com essa postura é impossível”, desabafou.
MARDEN NEGA PERSEGUIÇÃO
O presidente estadual do PSDB no Piauí, deputado Marden Menezes, reagiu às acusações feitas pela direção do comitê do partido no município de Piracuruca sobre perseguição política. “O depoimento do filiado é mentiroso e apelativo. Primeiro, não recebemos qualquer aviso da Justiça Eleitoral. Segundo, a nível regional só nos compete dar prosseguimento à decisão do Diretório Nacional”, disse. O diretório estadual do partido afirma que a convenção não tem qualquer validade jurídica, pois todas as convenções são regidas e determinadas pela sigla em nível nacional.