Prefeitos dizem que não têm com manter máquinas doadas
Os gestores dos municípios piauienses que receberam equipamentos por meio da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), enfrentam dificuldades para manter os gastos de manutenção das máquinas. No ano passado, mais de 120 municípios piauienses receberam equipamentos como pás carregadeiras, caminhões-pipa, e caminhões- caçamba. Mais de R$ 35 milhões de reais foram investidos com objetivo de promover obras de infraestrutura e fortalecer a agricultura familiar nos municípios.
“Nós utilizamos os caminhões- pipa para levar água às comunidades rurais mais afastadas, e os outros equipamentos para realizar a construção de estradas e açudes. Estamos com muitas dificuldades para fazer a manutenção desses equipamentos, que tem um custo muito caro. Por conta disso, evitamos fazer alguns serviços, que demandam um esforço maior, e que podem resultar em danos às maquinas”, afirma gestora.
De acordo com Socorro Bandeira, o município de Francinópolis não possui recursos suficientes para manter as máquinas em pleno funcionamento. “Qualquer manutenção gera uma despesa muito alta, que às vezes não temos condições de arcar. Por exemplo, um dos nossos tratores está parado porque um dos pneus estourou”, afirma.
No município de Angical, localizado a 120 km da capital, a situação ainda é mais grave. Desde o mês de abril, a maior parte das máquinas está parada por conta da falta de recursos para manutenção. De acordo com a prefeita Neta Santos, a agricultura familiar é área mais prejudicada com essa situação.
“A população não entende o motivo das máquinas estarem paradas e cobra a prefeitura. Esses equipamentos que chegaram com o PAC, são utilizados na abertura de açudes e na construção de estradas. Alguns tratores são utilizados para arar a terra para agricultura familiar”, explica.
Para Neta Santos, os custos de manutenção não podem ficar apenas na conta dos municípios. Ela avalia que o governo federal deveria auxiliar, principalmente, os pequenos municípios. “Essas máquinas são boas para os municípios, mas infelizmente se tornaram um presente de grego. Eu acredito que o governo federal tinha que dar um auxílio mínimo para ajudar na manutenção”, avalia.
Jornal O Dia