Presidente da OAB diz que empresas privadas não podem ter opção partidária
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinícius Furtado Coelho, em entrevista ao ‘Brasil Econômico’, defendeu que as empresas privadas “não podem ter partido” e que os gastos nas campanhas eleitorais precisam ter “limites”. Para o presidente de uma das mais fortes e tradicionais instituições do país, as empresas precisam ter como ideologia o lucro, e que por isso não podem apoiar campanhas eleitorais.
“A Ordem articulou um movimento junto com cerca de 80 entidades. Dois pontos já estão pacificados entre estas entidades. O primeiro é o financiamento democrático de campanha. Nós entendemos que as empresas não podem financiar campanhas, porque elas devem ter como ideologia o lucro no sistema capitalista”, defendeu.
O presidente também se posicionou contra a atual definição dos limites dos gastos de campanha, que hoje ficam a critério das siglas partidárias. “Hoje o limite máximo de gastos é fixado por cada partido. A lei diz que o partido ao registrar o seu candidato estipula o limite para o candidato a senador, por exemplo. Fica muito a critério de cada partido”, disse, para defender o financiamento através do fundo partidário e de doações de pessoas físicas. Estas últimas doariam entre um salário mínimo e o limite máximo, de R$ 1.000,00.
Outra tema abordado foi a transparência do voto. Marcus Vinícius defendeu que o eleitor precisa saber em quem está votando. E citou o caso do deputado federal Tiririca (PR-SP), que com seus votos elegeu outros deputados que o eleitor “não escolheu exatamente votar”. O presidente defendeu também o voto em lista, mas não fechada, tendo o cidadão a possibilidade de alterar a ordem dos nomes listados para não favorecer às oligarquias.