Promotora manda polícia investigar médicos e donos de pensões por esquema no PI
O Núcleo de Promotorias Criminais do Ministério Público Estadual do Piauí deverá acionar a polícia para investigar médicos, donos de pensões, de clínicas e laboratórios, taxistas e até motoristas de ônibus interestaduais, acusados de envolvimento em um ‘esquema’ que lesam doentes que saem do Maranhão, Pará e Tocantins em busca de atendimento na rede particular de hospitais de Teresina.
A promotora de Justiça, Cláudia Seabra, da Coordenadoria da Saúde do Ministério Público do Estado, entendeu que a denúncia versa sobre matéria criminal e encaminhou para a promotora Carla Daniela, que deverá relatar o caso para as Promotorias Criminais.
Com o propósito de atrair esses doentes, dezenas de médicos e clínicas particulares, que estão estabelecidas, principalmente, na área do pólo de saúde da capital do Piauí, formam uma espécie de ‘convênio’ com pensões. Por cada doente encaminhado, ganha-se um valor em dinheiro.
Da pensão, onde se encontra alojado, o paciente é levado para a clínica por um funcionário da própria pensão, que passa a ser uma espécie de ‘guia’com acesso as clínicas e hospitais.
O caso é antigo
A promotora Claúdia Seabra disse, nesta quarta-feira (21/10), que há anos realizou uma investigação sigilosa e resultou na prisão de alguns donos de pensões. Um médico do Hospital Getúlio Vargas chegou a perder o emprego, acusado de crime de concursão. Na época, o médico atendia os pacientes, recebia pelo SUS e ainda cobrava atendimento particular.
As investigações foram desencadeadas depois que um homem, vindo do Pará, acabou o dinheiro e ficou jogado nos corredores do HGV. A família denunciou.
‘Desde então eu não recebi mais denúncia envolvendo pacientes do SUS. Com esse novo caso agora, observamos que o esquema mudou, mas continua lesando pacientes’, finaliza.
Fonte: PortalAZ