Rita Cadillac e Santa Casa debatem sobre a prevenção do HIV e AIDS no Brasil
Paulo Machado / [email protected]
SÃO PAULO – Indiscutivelmente ela se consolidou como um grande nome da arte brasileira. A dançarina Rita Cadillac se reinventou diversas vezes e sobreviveu à saída da Rede Globo. Há quatro décadas, a artista permanece em evidência na imprensa brasileira, onde também participa da luta para a conscientização da importância de se prevenir contra o vírus HIV. Numa mesa redonda na Santa Casa de Misericórdia, na capital paulista, a consagrada chacrete falou sobre suas atividades, que ganharam visibilidade nacional. Em 1° de dezembro é a celebração do Dia Mundial contra a Aids. Entretanto, o propósito prossegue durante o mês inteiro, com o Dezembro Vermelho.
Profissionais da saúde e convidados se reuniram no último dia 6 e debateram a importância da prevenção do HIV. Entre eles, o infectologista Rodrigo Contreira e o analista administrativo Samuel Cavalcante. O físico médico Phillip Dmitruk – especialista em proteção radiológica e controle de qualidade da imagem radiodiagnóstica – ajudou na organização do evento. Além da participação do dançarino e modelo gaúcho Yuri Bonotto, que interpreta o personagem do bombeiro no Programa da Eliana, no SBT.
No início da epidemia, Rita foi convidada pelo médico Drauzio Varella para proferir uma palestra sobre a importância da prevenção do HIV e da aids, no presídio do Carandiru, o maior da América Latina, na época. Consequentemente, as ações de Varella deram origem ao livro Estação Carandiru e, depois, surgiu o filme Carandiru, do diretor argentino Hector Babenco (in memorian). Cadillac lembrou que perdeu pessoas queridas para a epidemia ainda no início da eclosão, nos anos 80, quando todas as vítimas que entravam em contato com o HIV morriam de aids num período de quatro meses, em média. Tendo que cuidar de um amigo doente, ela se conscientizou da importância de alertar a sociedade para evitar o vírus da aids.
EXPANSÃO DA EPIDEMIA NO BRASIL
Em 2018 se comemora 30 anos da Luta Contra a Aids no mundo, e a epidemia se expande no Brasil. O total de vítimas chega a mais de 800 mil pessoas, algo equivalente à população de capitais como Campo Grande, Teresina e Natal. Pelas estatísticas do Ministério da Saúde, em média 40 mil pessoas são diagnosticadas anualmente com o vírus HIV no País, uma quantidade de pessoas semelhante à populações de municípios como Itápolis – SP, Esperantina – PI e Canela – RS. No site http://indicadores.aids.gov.br/ é possível analisar os números da epidemia em cada município brasileiro. Constata-se que Itápolis tem 110 casos de HIV/Aids; Esperantina, 68, e Canela, 215. No Brasil, Porto Alegre (1.409.351 habitantes), é considerada a capital da aids, com 30.730 casos registrados desde o início da epidemia.
Com 12 milhões de habitantes e palco da primeira eclosão da aids no País, estabelecida em 1987, São Paulo tem o registro de 103.085 casos da doença. O número de mortes causadas pela doença é alto e, diferentemente do que acontecia no início da epidemia, atualmente as pessoas não morrem desfiguradas. Cada pessoa tem o dever de se prevenir, fazer o teste anti HIV e se informar sobre a doença. Também é fundamental abandonar o preconceito e o estigma que há em torno do universo das vítimas da epidemia.