Seis deputados do Piauí ajudam a livrar Temer de denúncia por corrupção
Seis deputados federais do Piauí votaram para aprovar o relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que pedia a rejeição da denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusando Temer por crime de corrupção passiva com base em gravações e delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Sem muitas surpresas, Átila Lira (PSB), Heráclito Fortes (PSB), Iracema Portela (PP), Júlio César (PSD), Mainha (PP) e Paes Landim (PTB) declararam apoio ao presidente Michel Temer e votaram “sim” pelo arquivamento das denúncias. Já os deputados Assis Carvalho (PT), Rodrigo Martins (PSB) e Silas Freire (Podemos) votaram pela continuidade da investigação. Marcelo Castro (PMDB) não compareceu à votação.
O deputado Átila Lira (PSB), ao votar favorável ao presidente, citou a retomada da estabilidade política, segundo ele, é fator essencial para o país crescer. Já Heráclito Fortes (PSB), que participou ativamente da articulação para evitar a continuidade das denúncias, afirmou que o Brasil precisa de paz, e homenageou a coragem de Temer em promover as reformas que segundo Heráclito, o país tanto precisa. “Diante desses fatos e da coerência de um país que quer crescer, voto sim para o relatório”, disse Heráclito.
Já a deputada federal Iracema Portela, limitou-se a dizer que votaria sim ao relatório porque considera as denúncias contra o presidente inconsistentes. Ela seguiu a orientação partidária e votou para defender o presidente Temer. Júlio César (PSD), argumentou que baseou seus votos após observar uma melhoria nos indicadores econômicos do país. “Pela convicção que eu tenho de que a cada dia a vida do povo melhorou, e por recomendação partidária, eu voto sim ao relatório”, pontuou Júlio César.
Também integrante da bancada do PP, que fechou acordo para apoiar o presidente, Mainha, afirmou que ser parlamentar não é ser manobrado e nem para agradar o senso comum. “Ser parlamentar é antes de tudo, defender a Constituição e não vamos criar aqui um precedente de afastar o presidente sem ter uma prova irrefutável. Acreditando no Brasil e que vamos estar aqui para lutar pela estabilidade, acompanho o voto do relator”, afirmou o deputado.
Votos contra Temer
Já Paes Landim, lembrou que votou contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT) por ter considerado que a denúncia era baseada apenas em questões políticas. Ele elogiou Michel Temer (PTB) por buscar o caminho da estabilidade ao país e defender as reformas que ele considera necessárias para o país.
Assis Carvalho (PT), criticou as decisões do governo Temer, e indicou o envolvimento do presidente com atos de corrupção. O PT tem assumido o discurso das eleições diretas para presidente.
Rodrigo Martins (PSB, também seguiu a orientação partidária que é a de permitir que o STF investigue o presidente. “O Brasil precisa ser passado a limpo, e por isso voto não ao relatório e a favor das denúncias”, disse Rodrigo, que já tinha adiantado ao O DIA, que acredita que o presidente tem ligações com os R$ 500 mil encontrados com seu assessor e que seria relacionado a propina.
Silas Freire (Podemos), afirmou que é necessário que as instituições brasileiras funcionem, e portanto, é preciso investigar ao presidente para que se tenha certeza de sua inocência, ou de sua culpa. “Queremos a transparência no Brasil e para isso, precisamos dar continuidade as investigações”, disse o parlamentar.
Por ser presidente da República, Temer só poderia ser julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) se houvesse autorização de pelo menos 342 deputados. Com a rejeição pela maioria da Câmara, a acusação só poderá ser analisada pela Justiça comum quando ele deixar o cargo.
Por: João Magalhães / O DIA