Teresina terá sua primeira ‘Marcha das Vadias’ em junho

Ao todo, 27 mulheres foram assassinadas em Teresina no ano de 2010*. Isso significa que pelo menos seis, em cada 100 mil mulheres teresinenses, foram mortas violentamente na capital do Piauí. Com esses dados, Teresina aparece em 9º lugar dentre as capitais brasileiras com maiores taxas de mortalidade feminina. Esse é um dos motivos que vão levar às ruas a população teresinense, dentre mulheres e homens que apoiam a causa, pela “I Marcha das Vadias de Teresina”.

O movimento terá sua primeira reunião realizada na próxima sexta-feira (1º), às 16 horas, na Praça de Filosofia do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL) da Universidade Federal do Piauí (Ufpi). Com o objetivo de reunir mais pessoas ligadas à causa, a primeira reunião dará início às primeiras deliberações e à definição de novas datas de encontros, até o dia da I Marcha das Vadias de Teresina, ainda sem data definida.

A intenção é de que nos encontros sejam discutidas questões relacionadas à violência contra a mulher, à liberdade sexual e debates acerca da garantia da igualdade de gênero especialmente nas sociedades de Teresina e do Piauí. As pessoas já mobilizadas convidam aqueles que se interessam pelo debate para que compareçam à reunião e unam suas ideias.

Em diversas cidades do país, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, as Marchas aconteceram no último sábado (26), reunindo centenas de homens e mulheres, que com cartazes, faixas e frases de ordem pintadas em seus corpos, se manifestaram acerca da violência sexual contra a mulher e, especialmente, contra o direcionamento da culpa à vítima da violência, e não ao agressor, sendo esse o principal ponto de partida do movimento.

Origem

A “Marcha das Vadias”, do inglês SlutWalk, teve origem no Canadá, em abril de 2011, quando o policial Constable Michael Sanguinetti, em orientação a alunas de uma faculdade local onde o estupro estava alcançando altos índices, afirmou que as mulheres poderiam evitar esse tipo de violência “se não se vestissem como vadias (sluts)”. As mulheres da cidade decidiram realizar um protesto contra o posicionamento do agente policial e, a partir de então, o movimento contra a culpabilização da vítima em caso de estupro tem reunido milhares de pessoas ao redor do mundo.

Em Teresina

A I Marcha das Vadias de Teresina, ainda sem data definida para acontecer, não tem qualquer conotação político-partidária e conta com total participação e a mobilização da sociedade teresinense, dentre mulheres e homens, estudantes e trabalhadores, que desejam alertar para os altos índices de violência contra a mulher, conscientizar a população sobre a importância da liberdade sexual – e de quaisquer outros âmbitos – para as mulheres, além de destacar a necessidade da criação de políticas públicas que garantam à mulher a igualdade e a segurança perante a sociedade, especialmente no Piauí e em Teresina.

*Os dados aqui divulgados são trazidos pelo Mapa da Violência 2012, com base nas estatísticas do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde (MS).

 

Fonte: Portal ODIA

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