Wilson quer acomodar todo mundo e Zé Filho de bibelô
As costuras que o governador Wilson Martins (PSB) vem fazendo para viabilizar sua pré-candidatura ao senado e, ao lado disto, azeitando a tática de que o pré-candidato Marcelo Castro (PMDB) logrará sucesso para o governo, está deixando o vice-governador, Zé Filho, cada vez mais na condição de bibelô.
O governador bota em prática a mesma estratégia que tirou o senador João Vicente Claudino (PTB) do seu caminho em 2010, quando antecipadamente colou no então senador Wellington Dias (PT) e costurou cargos com a maioria dos partidos da chamada base aliada para que seu nome fosse o escolhido como candidato a governador.
Agora a costura é fortalecer o máximo que puder a sua caminhada para o senado. Para isto precisa assegurar logo o abrigo do PSB, PSDB, PR, PSD, PC do B, PDT e etc em vários os cargos de 1º, 2º e 3º escalão da administração estadual, antes mesmo dele deixar a caneta no começo de abril próximo.
A estratégia é deixar tudo amarrado, inclusive com a antecipação de ordens de serviços, o pagamento de fornecedores e antecipação de receitas. Com isso, caberá a Zé Filho apenas assinar as novas nomeações, enfim continuar dizendo amém após sentar na cadeira de governador.
Wilson quando era vice-governador de Wellington Dias gozava de uma excelente estrutura para percorrer o estado – inclusive coordenava as ações do PAC no Piauí. Após virar governador e ter Zé Filho como vice, Wilson não deu canja, aliás só deu algumas raríssimas vezes, até ele avaliar que Zé Filho não serviria para ser seu candidato para logo em seguida descartá-lo e passar a abraçar Marcelo Castro. Este que se cuide, pois poderá ser trocado mais na frente por Sílvio Mendes (PSDB).
O drama é que o PMDB nessa lógica poderá levar a pior. Pois além de ajudar eleger Wilson Martins para o senado, um provável adversário da aliança nacional do PT e PMDB, colocará em risco seus deputados para a Assembléia Legislativa e a Câmara Federal, sem falar da conquista não tão certa da cadeira de governador.
A estratégia atual do governador reforça o campo de oposição a Dilma e Michael Temer, sem falar que enfraquece o PMDB no Piauí. Deixa dentro do provável governo Zé Filho já contemplados o PSB, o PSD, PC do B, PR, PDT e outros partidos nanicos. Traz também para o próximo governador homologar indicados do PSDB, que já tem cargos de sobra na PMT e mais, Heráclito Fortes e uma tropa de remanescentes do antigo PFL.
Fonte: Rodrigo Antunes/Acesse Piauí